Artigo: O Brasil já escalou a seleção, somos milhões de treinadores

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*Prof. Sergio A. Sant’Anna – Professor de Redação nas Redes Adventista e COC em SC e jornalista.

Interessante é saber como o futebol atiça o brasileiro, mexe com a sua subjetividade, encobre sua racionalidade, renascem os técnicos brasileiros. Especialistas em futebol desde crianças. Quantas opiniões… O título que ilustra esse artigo provém de uma música que fez refrão há algumas Copas do Mundo de Futebol Masculino, e acaba martelando meu cérebro. Cânticos inesquecíveis, comerciais memoráveis, passeatas sensacionais se somam a este mantra de emoções… Porém, hoje a comercialização do futebol deu lugar a um futebol de cifras altíssimas, inimagináveis há algumas décadas, ocultando o talentoso futebol brasileiro.

Celeiro de jogadores talentosíssimos, o futebol brasileiro exporta esses juvenis habilidosos para terras europeias, retirando o amor que cantado em hino e demonstrado em campo inspiraram: Tostão, Garrincha, Pelé entre outros. Jogadores descompromissados com o futebol e a alegria de uma Nação sofrida são a safra da nova geração criada na Europa, acostumados a ostentação e o luxo, avessos a concentrações e ávidos pelas baladas. E com essas atitudes que fogem ao que apreciamos em relação à formação dos grandes atletas são inevitáveis as comparações. Tornamo-nos técnicos, e cada um com sua opinião.

O técnico Tite trabalhou com esses jogadores durante seis anos, entre torneios, amistosos, competições internacionais, analisou seu esquema, testou outras formações, todavia quando foi que o Brasil enfrentou uma seleção europeia de destaque? Pense… Outra questão a ser analisada é o aspecto psicológico de nossos atletas, a seleção brasileira de futebol necessita de uma equipe psicológica, a força física é importante, contudo o aspecto psicológico tem que ser cuidado. E concentração é concentração. O atleta deve estar focado naquela competição. Contato com familiares, amigos, parentes, só pelo telefone; diversão, ostentação em período de uma competição com tiro curto, como é a Copa do Mundo, só pela TV e aparelhos eletrônicos. As últimas competições futebolísticas, enfrentadas pela seleção brasileira de futebol masculino, estão sendo tratadas como corriqueiras, banais, mais uma, como se o escudo de única seleção pentacampeão do mundo fosse o passaporte para o bom futebol. Chega! Não é mais! Única seleção a participar de todas as Copas do Mundo…e daí?!

Quando um modelo de jogador, Ronaldo Fenômeno, leva alguns de nossos atletas para a comilança de carnes à ouro, nove mil reais, é realmente propor aos atletas estapear ao rosto do brasileiro fanático por futebol e aquele, principalmente, que carece de alimento na mesa, que sobrevive com apenas um salário mínimo, que não consegue saldar suas contas ao final do mês, que há anos não come um pedaço de carne. Tempos tristes estes em que  até o futebol foi cooptado pelo consumismo e ostentação. Faltou educação aos jogadores brasileiros ao lado daqueles que se consagraram como ídolos. Esperemos para a próxima Copa do Mundo, essa humanização. O ano que vem tem Copa do Mundo de Futebol Feminino, aí é outra história. Serão valorizadas como os tais?! Veremos!

*Prof. Sergio A. Sant’Anna – Professor de Redação nas Redes Adventista e COC em SC e jornalista.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

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